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Resumo da 9ª. Conferência Sustentabilidade em Saúde

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Resumo da 9ª. Conferência Sustentabilidade em Saúde

No dia 15 de junho realizou-se, no Museu do Oriente, a 9.ª Conferência Sustentabilidade em Saúde, uma iniciativa promovida pela AbbVie em parceria com o DN e a TSF. Além da habitual apresentação do Índice de Saúde Sustentável, desenvolvido pela NOVA Information Management School(NOVA IMS), a iniciativa estendeu o debate ao futuro dos cuidados de saúde no pós-pandemia.

No seu discurso de boas-vindas, Antonio Della Croce, diretor-geral da AbbVie, destacou a importância da inovação e elogiou a capacidade de resiliência do SNS, salientando que “nunca foi tão clara a necessidade de um maior investimento em Saúde para enfrentar os desafios de amanhã e construir um futuro mais justo, sustentável e saudável”.

“Não se pode equilibrar as contas através do corte cego, com risco de consequências gravíssimas na saúde das pessoas. Não queremos reduzir, mas sim, face ao aumento de recursos a que temos vindo a assistir na saúde desde 2014, aumentar a eficiência, a atividade assistencial e a qualidade dos serviços de saúde”, referiu Diogo Serras Lopes, Secretário de Estado da Saúde, que também marcou presença na abertura da conferência.

(Re)veja a transmissão completa da conferência ou leia o resumo abaixo 

Covid-19 teve um grande impacto no Índice de Sustentabilidade do Sistema

A apresentação do Índice de Saúde Sustentável 2020/21 (clique aqui para aceder ao estudo), a cargo de Pedro Simões Coelho, coordenador do estudo, teve início com as principais perceções da resposta do SNS à Covid-19. Apesar das adversidades sentidas ao longo do último ano, o estudo revelou que cerca de 73% dos portugueses têm a perceção de que o SNS respondeu de forma eficaz aos desafios da Covid-19.

A avaliação da sustentabilidade do SNS registou, no entanto, uma descida dos 101,7 para os 83,9 pontos. "Num ano normal, deveríamos ter tido um índice de sustentabilidade, em 2020, à volta de 103,6 pontos", explicou o professor catedrático da NOVA IMS.

Porém, de acordo com Pedro Simões Coelho, existem também dados positivos a reter e que devem orientar as políticas do setor em Portugal nos próximos anos. Entre eles, o registo de "mais um ano de redução da dívida vencida" em 15%, mas também a eleição, pelos cidadãos, dos profissionais de saúde como o ponto forte do sistema. "Acho que é um orgulho para os profissionais, para o SNS e para os portugueses verificarmos 84 pontos numa escala de zero a 100. É um valor absolutamente impressionante", sublinhou.

Aspeto também saudado por Adalberto Campos Fernandes, antigo Ministro da Saúde. "Com os prédios, equipamentos e máquinas que temos, se não tivéssemos esta gente que temos e que se entrega, de facto, à causa pública de uma forma que a todos nos impressiona desde sempre, não teríamos tido estes resultados", afirmou.

No que respeita às lições a reter, Ricardo Baptista Leite, médico e deputado do PSD, afirmou ser necessário um "melhor planeamento" e mais "flexibilidade" no sistema de saúde para evitar que, em situações de emergência, no futuro, existam patologias prejudicadas e sem resposta.

Adalberto Campos Fernandes, antigo Ministro da Saúde, concordou e acrescentou que "todos temos que aprender as lições, mas temos que ter bom aproveitamento" para não repetir os erros do passado.

Depois da queda da atividade no SNS, "é tempo de olhar em frente" e repensar o futuro dos cuidados de saúde

Sob o mote “É tempo de olhar em frente”, o segundo painel da 9ª. Conferência Sustentabilidade em Saúde procurou discutir a recuperação da atividade do SNS no pós-pandemia e o futuro dos cuidados de saúde em Portugal.

A quebra da atividade no SNS durante a pandemia de Covid-19 e as suas consequências foram o ponto de partida para o debate. Para Carlos Rabaçal, chefe do serviço de cardiologia do Hospital Vila Franca de Xira, uma das causas desse decréscimo de atividade deve-se ao facto “dos médicos de família terem deixado de dar consultar e fazer a referenciação”.

António Araújo, diretor do serviço de oncologia médica do Centro Hospitalar Universitário do Porto, abordou também a suspensão dos rastreios, referindo que ficaram por realizar cerca de 400 mil rastreios oncológicos. “É evidente que vamos ter um acréscimo no número de doentes oncológicos, mas mais grave ainda é o estado em que os doentes vão chegar aos hospitais”, lamentou.

São muitas as doenças que têm ficado para segundo plano durante a pandemia. Armando Carvalho, diretor do serviço de medicina interna do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, destacou a hepatite C como “um exemplo de doença silenciosa e potencialmente perigosa” que tem ficado para trás, referindo que existem ainda cerca de “40 mil pessoas em Portugal por identificar”.

Na opinião de António Araújo, “não existe motivo nenhum neste momento para que os centros de saúde e hospitais estejam ainda de alguma forma fechados”. Para o oncologista, é urgente “pôr as unidades de saúde a trabalhar como estavam antes da pandemia, rapidamente”.

Olhando para o futuro, qual então o grande desafio? “Temos muita dificuldade em pensar a médio/longo prazo, temos respostas sempre muito imediatistas e isso viu-se na gestão da pandemia”, afirmou Alexandre Lourenço, presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH), acrescentando que, em Portugal, “é muito difícil pensar os sistema de saúde de forma estratégica”.

António Araújo rematou lamentando que “a saúde é cronicamente subfinanciada”, um problema que, na opinião do oncologista, “tem depois um impacto muito grande nas unidades de saúde”.

Outro tópico em discussão foi a importância de avaliar a resposta em saúde que, para Alexandre Lourenço, não deve ser medida “apenas através de métricas que se baseiam em volume, nem no número de contratações”. Para o representante dos administradores hospitalares, “as métricas em saúde devem ser baseadas na criação de valor para a sociedade”.

Sobre o futuro dos cuidados em saúde, todos concordaram que este passa pela transformação digital, promoção da literacia em saúde, mais prevenção e mais cuidados de proximidade. Armando Carvalho voltou a destacar a hepatite C, desta feita como “um bom exemplo daquilo que é também a mudança de paradigma que devemos ter em termos de cuidados de saúde”. Para o médico internista, se até aqui o paradigma consistia na ida do doente ao médico, “o paradigma do futuro deve ser o médico a ir ao encontro do doente ou, preferencialmente, do não-doente para tentar evitar que este adoeça”.

No encerramento da conferência, Pedro Siza Vieira, Ministro da Economia e da Transição Digital, afirmou que “nas próximas décadas, as questões da saúde, quer sejam individuais, quer sejam coletivas, vão ser um dos maiores desafios que a humanidade terá que enfrentar”.

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